A maior honraria pública da cultura, a Ordem do Mérito Cultural (OMC), será concedida a 35 personalidades e instituições que se destacaram no cenário cultural, contribuindo para o desenvolvimento do País. O presidente da República, Michel Temer, e o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, farão a entrega da honraria nesta quarta-feira (28), às 18h30, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF). A cerimônia contará com apresentações da Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás e dos Bois-Bumbás Caprichoso e Garantido, que vão receber oficialmente o certificado de Patrimônio Cultural do Brasil.

  O tema da OMC deste ano, Cultura gera Futuro, reforça a economia criativa como vetor fundamental para o desenvolvimento econômico e social do País. Esta visão da cultura norteou a gestão do ministro Sá Leitão, e foi o eixo central das políticas, programas e eventos realizados pelo Ministério da Cultura (MinC) em 2017 e 2018. Tanto que o tema da OMC 2017, Cultura Inovação e Empreendedorismo, já seguia esta linha.

  A seleção dos 35 agraciados considerou o aspecto da promoção de desenvolvimento, sem deixar de buscar a diversidade de áreas culturais, de regiões, de raça e de gênero. Entre os agraciados, há desde artistas emblemáticos e grandes empresários do setor até personalidades da cultura popular local e renomados museus e instituições culturais brasileiras e de fora do País.

  “Parabenizo a todos os homenageados de 2018 e aos agraciados em anos anteriores e seus familiares. Também às instituições que integram a Ordem do Mérito Cultural. O sucesso de vocês é o sucesso do Brasil”, disse o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão. Segundo ele, reconhecer a contribuição dada pelos agraciados à cultura brasileira faz parte de um processo de reconhecimento também da importância das atividades culturais para o progresso do País. “A economia criativa já representa 2,64% do PIB brasileiro e cresce a uma taxa média anual de 8,1% ao ano, bem acima do conjunto da economia. O Brasil pode se tornar uma das maiores potências culturais e criativas do planeta no século 21, mas para que isso aconteça, é preciso que rentabilizemos os inúmeros ativos existentes neste campo”, afirmou.

Sobre a Ordem do Mérito Cultural 

  Trata-se da maior honraria concedida no campo da cultura. Mais de 700 pessoas e instituições já foram homenageadas desde a primeira edição, em 1995. A escolha é resultado de um processo rigoroso, que se inicia com indicações feitas por cidadãos e cidadãs. A partir daí, segue-se um processo de seleção que parte de uma Comissão Técnica, passa pelo Conselho da Ordem do Mérito Cultural e chega à Presidência da República.

  O Ministério da Cultura recebeu indicações para a OMC 2018 entre 21 de maio e 25 de junho. No período, qualquer cidadão teve a oportunidade de indicar grupos artísticos, pessoas físicas, iniciativas culturais ou instituições.

  A Ordem do Mérito Cultural é composta por três classes: Grã-Cruz, Comendador e Cavaleiro. Este ano, integram a classe Grã-Cruz seis agraciados; a classe Comendador tem 12 nomes; a classe Cavaleiro, 7. É possível que a mesma pessoa receba a comenda mais de uma vez, porém em classes diferentes. Os órgãos e entidades públicas e privadas, nacionais e estrangeiras são admitidos na Ordem sem grau de classes — este ano serão dez.

Confira quem são os 35 agraciados:

Classe Cavaleiro

  Guilherme Fiuza: Jornalista e escritor, escreveu entre outros os best-sellers Meu nome não é Johnny, que deu origem ao filme homônimo, maior bilheteria nacional de 2008; e 3.000 dias no bunker, a história do Plano Real, também adaptado com sucesso para o cinema.

  Martim Vasques da Cunha: Jornalista, professor e doutor em Ética e Filosofia Política pela Universidade de São Paulo, é autor dos livros Crise e Utopia – O Dilema de Thomas Moore e A Poeira da Glória – Uma (inesperada) história da literatura brasileira.

  Roberto Teixeira da Costa: Economista, presidiu o Conselho do Museu de Arte Moderna de São Paulo e foi membro dos conselhos do Museu de Arte de São Paulo, do Museu Lasar Segall, da Sociedade Amigos da Cinemateca Brasileira e da Festa Literária Internacional de Paraty.

  Saulo Ferreira: Compositor, guitarrista e professor de música da Universidade Federal de Sergipe, faz shows com o Ferraro Trio, o Jazz III, o Saulo Ferreira Quarteto e o Canjica Trio. Mescla jazz, música africana e influências nordestinas.

  Sérgio Mielniczenko: Responsável pela curadoria e produção de eventos culturais no Consulado do Brasil em Los Angeles, criou há 40 anos o Brazilian Hour, primeiro programa de rádio dos EUA dedicado à música brasileira, que virou referência internacional.

  Thiago Soares: Bailarino, destacou-se à frente do Royal Ballet de Londres e tem uma bem-sucedida carreira internacional na dança. É o único brasileiro que até hoje ganhou a medalha de ouro no Concurso Internacional do Ballet Bolshoi, da Rússia.

  Wanda Sá: Violonista e cantora, gravou mais de 20 álbuns dedicados à Bossa Nova. Integrou o grupo de Sergio Mendes e tem uma bem-sucedida carreira internacional. Recentemente, fez aclamado show em homenagem aos 100 anos de Dorival Caymmi.

Classe Sem Grau

  Biblioteca Oliveira Lima: Situada na Universidade Católica da América, em Washington, nos Estados Unidos, tem um acervo com mais de 60 mil volumes reunidos pelo diplomata e historiador pernambucano Manuel de Oliveira Lima, membro fundador da Academia Brasileira de Letras.

  Festival VillaMix: Criado pelo empresário Marcos Aurélio Araújo, é o maior festival de música do Brasil, reunindo anualmente mais de um milhão de pessoas em diversas cidades de todas as regiões do país. A primeira edição aconteceu em 2011 no estádio Serra Dourada, em Goiânia (GO).

  Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro: Fundado há 180 anos no Rio de Janeiro por iniciativa do Cônego Januário da Cunha Barbosa e do Marechal Raimundo José da Cunha Matos, recebeu em 1839 o patronato de Dom Pedro II. Reúne um vasto acervo de livros, mapas, obras de arte e objetos científicos.

  Kings Brazil Institute: Fundado em 2008 no King’s College de Londres, uma das 25 melhores universidades do mundo, realiza programas acadêmicos e de extensão relacionados ao Brasil em diversas áreas, incluindo cultura, educação, história, ciência política e outras.

  Museu de Arte de São Paulo: Fundado pelo empresário e jornalista Assis Chateaubriand, tem o mais importante acervo de arte europeia do Hemisfério Sul, com mais de 10 mil obras. Localiza-se num edifício projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi. Constituiu o primeiro endowment do País voltado para um museu.

  Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro: Criado há 70 anos e dirigido por Carlos Alberto Chateaubriand, está sediado num imóvel projetado por Affonso Eduardo Reidy, com jardins de Burle Marx. Tem um acervo de 16 mil obras e já realizou mais de mil exposições de grandes artistas nacionais e estrangeiros.

  Museu de Arte Moderna de São Paulo: Presidido por Milú Villela e sediado em edifício projetado por Oscar Niemeyer e reformado por Lina Bo Bardi em 1982, completou 70 anos em 2018 e tem mais de 5 mil obras de arte em seu acervo. Recebeu nove prêmios da Associação Paulista de Críticos de Arte.

  Museu da Gente Sergipana: Primeiro museu interativo do Nordeste, foi criado em 2011 e apresenta diversas instalações permanentes sobre literatura de cordel, repente, trajes típicos, gastronomia e outras expressões culturais e artísticas que revelam os modos de ser, estar e criar dos habitantes de Sergipe.

  Orquestra Filarmônica de Minas Gerais: Em dez anos de existência, realizou 800 apresentações para mais de um milhão de espectadores, 43% gratuitamente. É considerada uma das melhores orquestras do Brasil. Promove concertos educacionais e estimula novos compositores e regentes brasileiros.

  Trio Roraimeira: Expoente do movimento musical Roraimeira, criado há 34 anos em Roraima, mescla influências indígenas e caribenhas, aliando ritmos como salsa, marabaixo, carimbó, merengue e toada. Composto por Zeca Preto, Eliakin Rufino e Neuber Uchôa, realiza shows no Brasil e no exterior.

Classe Comendador

  Antonio Mazzafera: Empresário e mestre em Negócios pela Universidade de Harvard, nos EUA, revitalizou prédios icônicos do centro histórico de Salvador, como o glamuroso Palace Hotel, que transformou no Fera Palace Hotel, e o Palacete do Tira-Chapéu, associando preservação e sustentabilidade.

  Bruno Wainer: Produtor e distribuidor, criou em 2006 a Downtown Filmes, distribuidora 100% voltada para o cinema brasileiro. Distribuiu 140 filmes, vendendo 130 milhões de ingressos. Tem uma bem-sucedida parceria com a Paris Filmes. Lançou 66 filmes de diretores estreantes.

  Carlos Saldanha: Um dos grandes nomes da animação internacional, é o responsável por sucessos como os longas RioRio 2A Era do Gelo e Touro Ferdinando. É sócio da Blue Sky, um dos maiores estúdios de animação do mundo. Também está envolvido em projetos de cinema no Brasil.

  Dedé Santana: Filho de um palhaço e de uma contorcionista, começou sua carreira no circo e integrou o elenco do mais bem-sucedido programa de humor da história da televisão brasileira, Os Trapalhões. que conquistou gerações de crianças e jovens nas décadas de 70, 80 e 90.

  Eva Sopher (in memoriam): Nascida na Alemanha, mudou-se para o Brasil ainda na adolescência e tornou-se conhecida em Porto Alegre como a Guardiã do Theatro São Pedro, por sua dedicação ao espaço cultural que dirigiu de 1975 até 2016. Iniciou o projeto de reforma e ampliação do São Pedro, com apoio do MinC.

  Eva Wilma: Atriz, cantora e bailarina com 65 anos de carreira, atuou em mais de 50 espetáculos teatrais, 30 filmes e 60 novelas e seriados na TV. Recebeu dezenas de prêmios importantes. Participou da montagem de nove clássicos no histórico Grande Teatro Tupi.

  Jorge Caldeira: Jornalista, mestre em Sociologia e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo, é autor de 16 livros relacionados à história do Brasil, seis deles na lista dos mais vendidos, como Mauá – Empresário do Império. Em 2017, lançou História da Riqueza no Brasil.

  Luiz Oscar Niemeyer: Criador da Planmusic e hoje sócio da Time4Fun, maior empresa de entretenimento ao vivo do País, realizou dezenas de festivais de música e turnês de astros da música internacional, como Paul McCartney e Rolling Stones. Presidiu a gravadora BMG no Brasil.

  Marcelo Castello Branco: Executivo e produtor, é diretor-geral da União Brasileira de Compositores, entidade de gestão de direitos autorais. Como presidente das gravadoras Universal Music e EMI no Brasil, impulsionou a carreira de grandes nomes da nossa música, como Cássia Eller.

  Marcio Fraccaroli: Produtor e distribuidor de cinema, está há 30 anos no comando da Paris Filmes, uma das maiores empresas brasileiras dos segmentos de distribuição, produção e exibição de filmes. Em 2016 iniciou a expansão de seus negócios para Argentina, Peru, Chile e Bolívia.

  Monah Delacy: Atriz, diretora, roteirista e professora, formou-se na primeira turma da primeira escola de teatro do Brasil, a Escola de Arte Dramática de São Paulo, nos anos 40. Participou de 62 peças de teatro, 35 novelas, 5 séries e 15 filmes. Recebeu dezenas de prêmios.

  Vó Mera: Natural de Alagoinha, na Paraíba, é mestra cirandeira e tornou-se referência na divulgação do coco de roda. Criou em 2017 a Casa de Cultura de Vó Mera, em João Pessoa. Lançou seu primeiro CD em 2008. Apresenta-se com o grupo Vó Mera e Seus Netinhos.

Classe Grã-Cruz

  Abelardo Barbosa, o Chacrinha (in memoriam): Um dos maiores comunicadores do Brasil, iniciou sua carreira no rádio e depois seguiu para a televisão. Em seus programas – onde mesclava humor, referências culturais diversas e show de calouros –, deu visibilidade nacional a várias gerações de artistas, da década de 50 até falecer, em 1988.

  Carlos Vereza: Participou de mais de 10 filmes, 30 novelas e 30 peças de teatro. Recebeu diversos prêmios no Brasil e no exterior. Já em sua estreia como autor, em 1977, foi agraciado com o prêmio de revelação pela peça Nó Cego. Em 2018, concluiu a edição de seu primeiro longa-metragem, O Trampo. Foi coordenador de três Centros Populares de Cultura.

  José Bonifácio (in memoriam): Chamado de “Patriarca da Independência”, se destacou em diversas áreas. Foi naturalista, poeta, ensaísta e político. Exerceu a função de Intendente-Geral das Minas de Portugal. No Brasil, foi deputado constituinte, Ministro do Reino e dos Negócios Estrangeiros, tutor de Dom Pedro II e Vice-Governador da Junta Governativa de São Paulo.

  Kati Almeida Braga: Sócia do Banco Icatu, é uma das fundadoras da gravadora Biscoito Fino, referência por reunir um elenco de alta qualidade. Criou também a Biscoito Filmes, produtora de documentários. Foi a grande responsável pelo investimento do Icatu na bem-sucedida produtora Conspiração Filmes e na distribuidora de cinema Lumière.

  Milton Gonçalves: Ator e diretor, atuou em mais de 60 filmes e 40 novelas. Recebeu quatro dos principais prêmios de melhor ator de cinema nos anos 70: Air France, Governador do Estado, Coruja de Ouro e Troféu Candango, pelo filme Rainha Diaba (1974), de Antônio Carlos da Fontoura. Foi diretor das novelas Irmãos Coragem e Escrava Isaura; e do programa Vila Sésamo.

  Sérgio Mendes: Arranjador, compositor, pianista e produtor, Sergio Mendes tem mais de 40 discos lançados. Vive nos EUA desde a década de 60 e trabalhou com Frank Sinatra, Sarah Vaughan, Stevie Wonder e Milton Nascimento, entre outros. Em 1993, venceu o Grammy com o disco Brasileiro. Transformou em sucesso mundial a canção Mas Que Nada, de Jorge Ben Jor.

 

 

 

 

 

 

Fonte: http://www.cultura.gov.br/noticias-destaques/-/asset_publisher/OiKX3xlR9iTn/content/ordem-do-merito-cultural-2018-homenageia-35-personalidades-e-instituicoes/10883?redirect=http%3A%2F%2Fwww.cultura.gov.br%2Fnoticias-destaques%3Fp_p_id%3D101_INSTANCE_OiKX3xlR9iTn%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dnormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%3Dcolumn-1%26p_p_col_pos%3D2%26p_p_col_count%3D4

 

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