Objetivo é treinar colaboradores do Distrito Sanitário Especial Indígena de Porto Velho para situações de risco e manifestações da intoxicação

O mercúrio (Hg) é um elemento presente no ambiente que pode causar intoxicação grave em diversos seres vivos. Ele é emitido para o ambiente de duas formar gerais: a natural (ciclo geológico) e a antropogênica (garimpos, desmatamento). Atualmente, a exposição humana ao mercúrio ocorre quase exclusivamente na sua forma orgânica (metil mercúrio), proveniente do consumo de peixes, principalmente no que diz respeito aos povos indígenas.

A prevenção dos males causados pela toxidade do mercúrio deve ocorrer por meio de ações integradas. Os profissionais da atenção básica têm o papel de orientar quanto aos riscos e as medidas de reeducação alimentar para reduzir a ingesta de mercúrio. Além disso, devem estar atentos aos sinais e sintomas da intoxicação para que a intervenção ocorra o mais cedo possível. Nesse sentido, as ações educativas têm papel fundamental.

Prevenção

A Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) realizou no dia 06 de setembro de 2018, por intermédio do Distrito Sanitário Especial Indígena de Porto Velho (DSEI Porto Velho), a I Oficina sobre Contaminação por Mercúrio. O intuito é instruir seus profissionais de saúde para identificar situações de risco, manifestações clínicas da intoxicação, vigilância, monitoramento e prevenção.

A Oficina foi ministrada pelo analista técnico de políticas sociais Fábio Ximenes da Silva, certificado pela OPAS/OMS para atuar como multiplicador local dos temas relativos à contaminação por mercúrio; e pelo Dr. Wanderley R. Bastos, professor da Universidade Federal de Rondônia e referência em pesquisas sobre o mercúrio na Região Amazônica.

Além disso, a equipe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena (DIASI) do DSEI Porto Velho publicará um guia sobre contaminação por mercúrio em áreas indígenas. O guia, que terá ampla divulgação entre seus profissionais, se propõe a elucidar temas básicos sobre o mercúrio, como seu ciclo na natureza, os efeitos tóxicos, os biomarcadores, as orientações sobre o consumo de peixe, e outros aspectos.

Convenção de Minamata

Promulgada no Brasil por intermédio do Decreto nº 9.470, de 14 de agosto de 2018, a Convenção de Minamata é um instrumento de proteção da saúde humana e do meio ambiente dos efeitos adversos de emissões e liberações de mercúrio e seus compostos. O Brasil participou ativamente das discussões que deram origem à Convenção, que definiu regras internacionais para o uso e comércio de mercúrio, como o controle de fontes, comércio do metal, redução de emissões e de liberações de mercúrio no meio ambiente.

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